II. RAMOS TRATADOS
Numa lavoura, não é apenas importante
plantar, importa cuidar para a preservação da mesma. O Mestre fala do cuidado
divino aos seus discípulos de maneira que eles entendem esse aspecto da obra de
Deus, que também é decisivo para a expansão do seu reino aqui na terra. Mas
como é dispensado esse cuidado? Nós de igual modo precisamos conhecer esse processo
que se efetua na vida cristã, afim de, também podermos ajudar outros irmãos
mais novos, até atingirem o melhor do seu potencial produtivo. Com essa ajuda é
que poderemos promover o amadurecimento deles na fé de maneira natural.
1) A necessidade da poda (proteção)
Os ramos da Videira, que são os
cristãos, precisam de um cuidado especial chamado poda. A poda consiste no
corte dos ramos no tempo certo, caso
a podadura não seja feita, essa falta trará resultados danosos a planta. Os
viticultores podam os ramos para possibilitar uma maior penetração dos raios
solares na planta, evitando fungos que adoeceriam a mesma, ajudam também na
circulação do ar, antes impedido pela falta de ventilação natural. Os podadores
eliminam possíveis galhos inúteis que comprometeriam a qualidade do fruto da
vide, no caso da Videira Verdadeira, isso é uma atribuição exclusiva do Viticultor
divino. Enfatizamos que ninguém mais, a não ser o próprio Viticultor divino tem
esse direito, o direito de executar a poda. Lamentávelmente, por falta de entendimento,
egoísmo ou ciúmes, alguns líderes acham que tem autoridade absoluta para
disciplinar a seu bel prazer os crentes e obreiros da sua congregação. Tratam a
igreja como se fosse uma monarquia absolutista, i.e., um reinado cujo rei dá
sempre a última palavra e que está acima da lei. Evidentemente, somos contra
toda forma de desordem e rebelião, porém há líderes que disciplinam seus
cooperadores de modo injusto quando aplicam certas “medidas para o bem da obra
de Deus”, na verdade, estão tomando para si uma autoridade que eles não têm: com
ameaças, disciplinas e até mesmo exclusões por certos irmãos não se comportarem
conforme “a sua doutrina”.
2) A finalidade da poda (fruticação), v.2.
Como a podadura consiste na eliminação
daquilo que é inútil, prejudicial, com capacidade de adoecer a planta, então é
de suma importância que a poda se realize. Só sofre esse cuidado aquele que dá
fruto, como disse Jesus, “e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais
fruto ainda”. Em teoria, isso é muito agradável, mas na prática, é doloroso e
necessário à sobrevivência, pois deixamos pelo caminho da nossa existência tudo
aquilo que ao viticultor divino não interessa. Por exemplo, certas coisas que
vinham dando certo inexplicavelmente não dão mais, amizades que se esfriam e
deixam de existir, etc., sofremos mas entendemos que nada é por acaso, embora
não haja explicação. Apenas temos de confiar nas santas e benditas mãos do
podador divino que trabalha em nosso favor.
3) Como a poda se processa (a Palavra), v.3.
A Palavra de Deus é o principal
instrumento de podadura, é ela que opera em nosso favor. A Bíblia Sagrada é a
Palavra de Deus, que alguns estudiosos conceituam como logos. Esse logos trata
de nos fornecer todo conhecimento geral que precisamos a respeito de Deus;
entretanto, há partes das Escrituras que sendo pregadas ou ensinadas falam
conosco poderosamente e nos movem a fazer ou deixar de fazer aquilo que Deus
quer. São Palavras específicas de Deus a nós que possibilitam as mais
diferentes bênçãos sobre a nossa vida, chamadas “rhema”. Como por exemplo, a
cura, a libertação, os milagres, restauração emocional, inclusive a própria
podadura do que necessário for que possibilite a frutificação em termos de
caráter pessoal e de almas para o reino de Deus.
Precisamos desesperadamente
receber o tratamento cuidadoso do Senhor para nossa subsistência e frutificação
espiritual. É Deus que opera em nós tanto a podadura quanto o desejo de a
recebê-la. Quando atinjimos esse nível significa que, nossa compreensão
espiritual atingiu um grau desejável de amadurecimento. Tal maturação vem com o
tempo e esforço de entender a mão de Deus sobre nós. Na verdade, não gostaríamos
inicialmente de deixar ou de perder nada, porque na mente capitalista, apenas
se é treinado para ganhar. Todavia, a mente divina incomparavelmente superior a
nossa, sabe que bagagem devemos dispensar ao longo de nossa jornada, pois Ele
conhece toda a rota a ser percorrida e nós não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário